quinta-feira, 5 de março de 2009

Romantismo


Romantismo

Quem tivesse um amor, nesta noite de lua,
para pensar um belo pensamento
e pousá-lo no vento!

Quem tivesse um amor -- longe, certo e impossível --
para se ver chorando, e gostar de chorar,
e adormecer de lágrimas e luar!

Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas,
partisse por nuvens, dormente e acordado,
levitando apenas, pelo amor levado...

Quem tivesse um amor, sem dúvida nem mácula,
sem antes nem depois: verdade e alegoria...
Ah! quem tivesse... (Mas quem tem? quem teria?)

(Cecília Meireles)

Um comentário:

Francisco Castro disse...

Olá, lindíssimo poema da Cecília para nos alegrar e nos proporcionar ânimos.

Abraços

Francisco Castro